quinta-feira, 3 de dezembro de 2009



O barulho infernal do relógio era a única coisa que lhe distraia. Entre “tics” e “tacs” sincronizados os pés moviam-se levemente, a mente perdida em algum canto do universo.
As trevas envolviam-lhe como um cobertor indesejável, mas ainda assim confortável, só era obstruído por uma pequena nesga onde os raios de sol entravam, fazendo os contornos ao redor mais aparentes, quase vivos.
O tédio instaurava-se, brincava, gritava contra as paredes, cutucava o silêncio divertindo-se ao vê-lo sendo atrapalhado apenas pelo barulho rítmico do relógio.
A cabeça pendeu para o lado quando a nesga de claridade ficou maior, o impulso de levar as mãos aos olhos só foi negado pela preguiça que controlava-lhe como um boneco. Os passos ecoaram no chão levemente, o contorno humano ficou nítido aos poucos,, tédio e silêncio fugiram quando esse ajoelhou-se e os olhos verdes encararam o corpo magro apoiado na parede.

- Desculpe não vir antes, acho que estão me seguindo.

O corpo, aparentemente morto pareceu ganhar vida e acenar a cabeça em agradecimento.

- Trouxe também um livro... – A voz sorriu ao ver a figura parecer se animar.

- Obrigado. – Foi apenas um sussurro rouco.

- Mandaram-lhe uma carta... – A voz pareceu recear, sentando-se silenciosa ao lado da figura decadente. – Não está na hora de se revelar?

- Shhh! - A figura olhou para os lados assustada. – Sabe que estão por todo lado! Sabe que vão...

- Sei! Mas não agrada nada ver você aqui definhando! – A voz elevou-se perigosamente.

Só então um ruído, uma música surgiu fazendo as paredes estremecerem num arrepio contínuo. A conversa foi encerrada, o contorno levantou-se e deixou um livro, um pouco de comida e um velho envelope na mesa não tão distante e acenou um adeus.

A cabeça voltou ao lugar após a porta fechar-se, indo diretamente para a comida. O rosto que refletiu-se na claridade mínima era esfaimado, sedento, sofrido. Olhou esperançoso para os mantimentos, então contendo um sorriso esfaimado dividiu o pão em pedaços menores, fazendo o mesmo com as outras poucas coisas, comeu uma das partes e tomou um grande gole de água.
Sentiu o estômago reclamar, lamentou, era tudo que podia dar a ele. Ainda com o retumbar da música nas paredes sentou-se perto da claridade com o envelope e o livro nas mãos. Por minutos, talvez horas observou a textura dos dois, analisando os detalhes, a capa negra do livro, o título, as letras, as folhas batendo uma nas outras ao folheá-lo.
Inverteu com aquilo até a claridade abandoná-lo aos poucos, e quando não havia mais distinção certa dos contornos voltou ao seu canto segurando o livro e o envelope como se fossem um tesouro precioso. Fechou os olhos e esperou o sono atingi-lo, pensando em quais sonhos gostaria de ter naquela noite.






Pequena parte de algo que escrevi...
/numaaulapravariar
Juro que me assustei com o word todo estranho, mas pelo menos aqui a postagem ficou certinha...
Espero que tenham gostado...
=3
Obrigada pelos comentários e por acompanharem o blog, sem vocês ele nem existiria...
;3
Comentem por favor!
Seu dedinho não vai cair em clicar lá nos comentários e escrever umas palavrinhas!
Eu garanto!
Sem comentários não sei se estou fazendo algo bom ou ruim para vocês...
Então por favor colabore e deixe uma autora feliz com um comentário xD

Certinho?
Então acho que era isso por hoje pessoal!
=**
Até a próxima

[Como diriam os Teletubies: É hora de dar Tchaau]

Fui'm
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