Um murmúrio...
Foi apenas isso que o fez abrir os olhos lentamente e olhar em volta procurando... Precisava de uma confirmação de que aquilo não fora apenas um sonho...
Não havia nada... Apenas escuridão...
Os pensamentos somaram-se rapidamente, viajavam, confundiam-se, tentaram chegar a alguma conclusão...
O frio veio de súbito...
Sentimentos e a onda de raciocínio levaram para algo incerto... Como uma certeza que se esvairia ele procurou outra vez e desta vez faz questão de acender a luz...
Um pequeno quarto, uma cama espaçosa talvez, um pequeno guarda-roupa num estilo antigo, chegando a ser bonito se não fosse pela confusão em seu interior – roupas espalhadas e alguns calçados – paredes num tom verde ou azul, talvez uma indecisão entre as duas cores e uma porta simples branca...
A falta lhe atingiu em cheio...
Passou os dedos pelo edredom e pode (ou imaginou) sentir o calor... sabia... Era daquilo que precisava para confirmar o aparecimento e desaparecimento súbito...
Ela (talvez) estivera ali...
Sentia o calor, sentia o perfume, vestígios da pessoa que aos poucos se tornara a mais importante, a mais especial... a mais distante...
Um impulso, um medo...
Pensamentos confusos levaram-no a procurar pelo resto da casa, cozinha? Banheiro? Sala? Não encontrara nada, nem sequer um vestígio... voltando ao quarto olhou debaixo da cama... encontrou apenas mais bagunça...
A confusão e o medo dirigiam-se a uma estrada perigosa, angustiante...
Correu e abriu a porta, olhou a rua deserta aquela hora, viu por alguns instantes a luz no horizonte, onde o sol dava seu espetáculo, sem nenhum aplauso em troca...
Nenhum sinal... Mais medo...
Sentou-se novamente na cama, os vestígios iam embora aos poucos, em pensamento ele implorava para que ficassem mais um pouco... não o deixassem sozinho na incerteza...
Talvez fora um sonho...
Como das outras vezes sonhara em ter ali... Em poder abraçar e aproveitar a presença... Demonstrar, talvez, mesmo que... do jeito dele... um jeito meio... hmmm...
Talvez fosse verdade...
Lembrava-se exatamente de fechar os olhos, abri-los e ouvir baterem na porta... [?] para abrir e finalmente ver o sorriso...
Sorriso que iluminava sonhos, dias... pensamentos...
Logo sentiu o corpo, o abraço inesperado junto com um susto talvez, descrença, perguntas e mais perguntas...
Preferiu deixar esses detalhes de lado e retribuir carinhosamente...
O perfume... o toque...
Um pontinho de felicidade se fez presente, em poucos instantes pode encarar e decorar cada detalhe dos olhos, do rosto e então finalmente sorrir...
Lembrava que poucas palavras foram trocadas, apenas olhares, gestos, como se nada precisasse ser dito...
Tudo lhe parecera como num sonho, mas fora real, tão real que ainda podia sentir os arrepios que a presença, a proximidade lhe causavam...
A melhor noite... a esperança...
Incertezas... buscava provas para jogar elas longe, num precipício, para não voltarem... Mas não havia nada ali...
E o murmúrio? Tinha certeza que ouvira!
- Eu te amo... – Num sussurro rouco...
O despertador trouxe-lhe de volta a realidade como se lhe jogasse um balde de água fria...
Ia ser um dia longo... um pesaroso e longo dia...
Queria que as horas passassem correndo... Que fossem com pressa para o esquecimento, mas elas gostaram de torturar-lhe vagarosamente... minuto a minuto... A apreensão de voltar e verificar a casa mais uma vez (por algum motivo desconhecido) foi substituída pelo tédio, mais uma vez pelo medo...
Quando finalmente chegou, parou exitando por um instante...
Como antes não havia nada...
Mergulhado nos próprios pensamentos, tentando buscar agora uma explicação nem percebeu seu corpo ligado no quase “piloto automático”, fazendo a rotina como sempre. Quando percebeu-se de pijama (ou quase isso) sentado na cama a resposta dolorosa veio a mente...
- Só um sonho... um... sonho...
Tentou segurar a torrente de emoções que o invadia até que inexplicavelmente veio o toque suave, junto com a escuridão e logo após a presença e o sussurro...
- Não foi só um sonho...
Um sorriso fez-se presente, perguntas vieram sim, mas foram substituídas novamente... substituídas por algo mais valioso...
O que era verdadeiramente importante...
Feita especialmente para pessoas especiais... [?]
Dedicada a elas com muito carinho:
Merlim...
Primo...
Desnu...
Renato...
Crunch...
Bruna...
Família em si...
Bak’s...
Fefo...
Pessoas que (milagrosamente) acompanham o blog...
Entre tantas outras...
Claro que existem dedicatórias especiais... Claro que existem fontes de inspiração... Claro que isso foi um delírio total de uma mente insana... Mas... Espero que tenham gostado.
Até a próxima...
Cuidado com Olifas...
By Chiih
Printfull rules õ/
Nenhum comentário:
Postar um comentário