Capítulo Três:
Sussurros...
Apenas um toque trazia à realidade a mente como uma tempestade cruel...
Era sentir e perceber o que havíamos perdido, por motivos tão inúteis que não valiam a pena a preciosidade de estarmos juntos, vivendo o nosso amor.
Por um segundo repensar naquela decisão que os levara a ficarem separados...
Por um segundo acreditar que daria certo...
[...]
O guarda-chuva tomou os céus, alegre com sua liberdade, ele sentia-se como os pássaros... Agora ele podia voar, seu mais maravilhoso sonho se realizara, para onde ele ia não importava apenas que continuasse sentindo aquela sensação...
Mas tudo que é bom...
Fora um impulso, ela sabia...
Um impulso tolo pensava, talvez só favorecesse as brigas a voltarem.
Mas isso não importava, não agora.
Deixara-se levar, deixava-se molhar pela chuva cada vez mais forte... e o mais importante...
Deixava-se abraçar e senti-lo retribuir o abraço.
Mesmo que naquele instante seu impulso fora correr até ele e envolve-lo com seus braços no abraço mais sincero que já dera sentia que havia algo errado. Não era nela, era nele... Por algum motivo sentiu uma dor terrível a tocá-lo, como se o que ele sentisse houvesse passado pra ela.
Foi então que desejou apenas uma maneira de curá-lo...
Talvez não só a ele... Pois sentia aquilo a corroendo também há dias.
Lembrava-se dos sussurros então, ao o sentir apertar o abraço, aqueles sussurros que ela cansara de ouvir... Sobre os dois... Sobre estarem juntos... Sobre como eram perfeitos... E...
Talvez começasse a entender... Mas foi com um leve sussurro que o acalentou, um sussurro carinhoso, sentindo-o repousar a cabeça sobre o ombro.
Não soube por quanto tempo ficou ali, apenas abraçando-o, sussurrando vez ou outra e recebendo iguais respostas roucas, sentiu os pingos caírem fortes em suas costas, quando a tempestade inferiu diretamente sobre elas a sua poderosa ira e alguns momentos após a dor invadir a sua cabeça e acabar começando a tremer incontrolavelmente.
Embora seu subconsciente a repreendesse por ficar na chuva o seu consciente pouco se importava...
[...]
... Dura pouco...
Após ganhar ares e ver o que nunca havia visto, contemplando a alegria de voar e ser livre um forte golpe de ar é desferido contra o pobre guarda-chuva...
Foi violentamente sacudido, como se o vento tivesse gostado de brincar com ele, acabando sendo jogado contra alguma coisa e ficando machucado...
A tristeza abateu o pequeno, suas cores e suas alegrias ficaram escuras...
Nunca fizera nada a ninguém, por que tinha que acabar daquele jeito?
Talvez, apenas talvez pequenas lágrimas parecessem brotar do guarda-chuva...
Não entendia de onde tinha vindo aquele abraço tão aconchegante...
Um presente dos céus?
Talvez fosse mesmo um anjo...
Sentiu o corpo todo aquecer, acabando por esquecer a música, as lágrimas, apesar da dor delas continuar ali insistente.
De alguma forma aliviou-se com o abraço, compartilhava as dores e as angústias... as mágoas... Apertou então o abraço como forma de agradecimento, ouvindo após um sussurro...
Aquela voz... Era sim um anjo...
Pode sorrir enquanto apoiava a cabeça sobre o ombro daquele anjo, o seu anjo... Que veio apenas para ficar ali com ele... apenas...
Sentiu o tempo passar, mas não se importou, ouviu outro dos sussurros de seu anjo, percebeu murmurar algo em resposta... e então a tempestade chegar abençoando aquele momento...
Foi um tremor que trouxe como um baque para a realidade...
Ele estava encharcado, a tempestade ficava mais forte, seu anjo tremia ficando mais quente que antes... Percebia então que era ela...
Sabia que ela era mesmo o seu anjo... Mas... estar ali... era...
A dor o corroeu mais uma vez, sentiu a culpa infiltrar-se. Sabia que ela iria piorar e ele provavelmente pegar uma forte gripe... Mas ela sabia, por que tinha arriscado a tal ponto para ficar ali na chuva desprotegida...
Seus pensamentos ficaram confusos... Soltou-se do abraço e encarou-a...
O que antes eram sussurros tornou-se gritos. Gritos desesperados para expressar toda a dor, toda a preocupação.
Viu a expressão antes tranqüila tornar-se negra e os gritos partirem dela também... Com a mesma dor, a mesma preocupação.
Acabava por gritar mais alto, que ela não devia ter se preocupado, tudo não havia acabado mesmo?
Despejou tudo em poucas palavras que aos poucos voltaram a ser sussurros roucos e receber um respirar fundo doloroso como resposta.
[...]
Ouviu leves passos aproximarem-se, duas vozes animadas, infantes. ESTAVAM FELIZES POR VÊ-LO ALI SOFRER? Era apenas um guarda-chuva quebrado e sem serventia nenhuma... O que mais faltava acontecer com ele?
Sentiu o leve toque de uma das crianças e um rosto curioso e feliz por tê-lo achado analisando-o, como se fosse a última esperança...
O pequeno guarda-chuva sentiu a alma renovar-se ao ser aberto e abrigar os dois pequenos jovens... As cores voltaram, a dor ficou em algum lugar ficou esquecida...
Ele:
Só então pode perceber que ela mal conseguia manter-se em pé. Amaldiçoou-se repetidas vezes por apenas causar problemas, queria que fosse diferente.
Ela:
Seu interior abalava-se física e emocionalmente... Queria apenas fazer parar... Apenas fazer parar...
Mas só conseguia recomeçar...
...
Com um abraço os sussurros roucos dele pediram desculpas, “tudo está tão errado”...
Foi a vez de ele aconchegá-la e aquece-la carinhosamente, logo tirando-a da chuva, levando para um lugar seguro, onde poderia conversar finalmente melhor... Mas ele sentia, ela não queria falar.
Após estarem devidamente abrigados da chuva, seguros e secos não restou muita coisa a não ser aproveitar os poucos instantes para ficarem juntos, sem questionamentos, sem gritos, sem explicações...
Apenas...
[...]
{I missed you so much that I begged you to fly and see me
You must've broke down 'cause you finally said that you would
But now that you're here I just feel like I'm constantly dreaming
Well something's gotta go wrong 'cause I'm feeling' way too damn good}
Feeling Way Too Damn Good – Nickelback.
Os segundos somam-se rápidos e as decisões precisam ser tomadas, mesmo que o tempo não fora necessário para decidir o que é certo segundo as éticas pessoais.
Por um instante eu sonhei que estivesse ali, realmente eu cheguei a desejar para a chuva...
Você veio como um anjo, trazendo a paz...
Estávamos bem estando juntos... A sensação de plenitude nos completava...
Mas nem tudo é pra sempre...
N/A: Mais um capítulo pessoas!
Espero que tenham gostado...
Agradeço aos comentários... ^^/ Pelo menos algumas pessoas lêem o blog e me deixam feliz \õ/
Não tenho muito que falar sobre ele só que demorei e estou 'empacando' pra escrever o 4...
Mas logo ele estará aqui...
Respondendo ao comentário da Nina:
Que bom que gostou! Fico muito feliz sabe... ^^'
Não sei se é um shoujo... Ou se parece - apesar de concordar nisso- mas se gostou...
=3
Obrigado por dedicar uns minutinhos da sua atenção para ler o blog...
Por hoje era só!
Beijos da Chiih
Cuidado com os olifas...
E Fui!
Printfullrules
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